Os Riscos do Piercing Oral

Os riscos do Piercing Oral

A prática do piercing (do inglês: perfuração) tem sido realizada por várias civilizações. Recentemente os piercings na região da boca têm se tornado uma forma de expressão individual. Antes de perfurar qualquer parte, dentro ou fora da boca, converse com seu dentista, para que você tome consciência dos riscos envolvidos.
Se não houver uma higienização diária e correta tanto da boca quanto do piercing utilizado, é praticamente certo que depois de um determinado tempo, o usuário apresente algum dano aos tecidos bucais.
Quando colocados na língua, lábios ou bochechas, tais adereços envolvem riscos maiores: dor e edema são as complicações mais comuns. Fratura dental, trauma à mucosa, gengiva e palato também podem ocorrer. O usuário tem o hábito de brincar com a jóia, e às vezes até mesmo o simples ato da mastigação pode causar dano aos tecidos adjacentes.
Efeitos colaterais possíveis:
Sangramento prolongado — Caso um vaso sangüíneo seja perfurado pela agulha durante o procedimento de colocação, pode haver um sangramento difícil de ser controlado com perda excessiva de sangue;
Dor e inchaço — São sintomas comuns de piercing na boca. Em casos mais sérios, se a língua inchar demais, poderá fechar a passagem de ar e dificultar a respiração;
Dentes danificados — O contato com a jóia pode danificar o dente. Dentes com restaurações, por exemplo, coroas ou jaquetas, também podem ser danificados pelas peças de metal.
Ferimento na gengiva — As peças de metal não só podem ferir o tecido da gengiva, que é sensível, mas também podem causar retração gengival. A retração gengival tem aparência desagradável e torna seus dentes mais vulneráveis a cáries e à periodontite.
Para pessoas com doenças do coração, a língua agredida pelo piercing pode tornar-se uma porta aberta para as infecções.
Se você não contrair nenhuma infecção e seus piercings orais não interferirem com as funções normais da boca, eles podem ser usados de forma permanente. Mas, não deixe de ir ao dentista se sentir qualquer tipo de dor ou algum outro problema.

O Piercing em diferentes culturas

Piercing é uma forma de modificar o corpo humano, normalmente furando-o a fim de introduzir peças de metal esterilizado.

Os papues da Nova-Guiné centram a sua decoração no nariz, as decorações corporais, servem para conferir ao indivíduo as virtudes do animal de que provém esses adornos.

Para os esquimós do Alaska, o piercing do lábio e na lingua significavam o momento da transição para o mundo adulto e significava que a criança tinha se tornado caçador.

Na Índia é muito comum, sobretudo as mulheres, furarem o nariz, o septo nasal e as orelhas.

O piercing da ala do nariz é proveniente da Índia, onde se reservava às castas mais altas, já o septo nasal perfurado é originário da Nova-Guiné.

Na época dos faraós, o piercing no umbigo era exclusivo da família real. Os antigos Maias praticavam a arte da perfuração, furando os lábios, o nariz e as orelhas.

Piercing - Cuidados

PIERCING - CUIDADOS
EVITANDO INFECÇÕES
Você deve seguir todos os passos descritos deste tópico, por um simples motivo: o nariz (ou qualquer outra cartilagem como a orelha) é uma área super sensível devida a pouca irrigação sanguínea na área. Portanto, qualquer descuido pode ser fatal para sua "beleza" (ou vai dizer que a bolinha de pus é bonita ?) ou para sua saúde, acarretando em infecções e afins.

SIM. A dieta DEVE ser seguida a risca. Não importa se o seu piercing está limpinho, não está mais inchado ou qualquer outra coisa que possa aparentar estar bem. Então vamos à diante,

PROÍBIDO O CONSUMO PELOS PRIMEIROS 15 DIAS DE: chocolate, peixes e frutos do mar em geral (OBS: atum e sardinhas enlatados são peixes. Ok?), gorduras (frituras principalmente), bebida alcoólica, cigarro e drogas em geral. E pelos próximos 3 MESES ESQUEÇA CARNE DE PORCO, ou seja, não pode nem presunto, nem linguiça nem mortadela. Os alimentos citados acima podem ter grande influência no processo de cicatrização, provocando infecções e a tal bolinha vermelha ou até mesmo quelóide.

Sobre a limpeza, DEVE ser feita no primeiro mês 3x por dia da seguinte forma:
- Lave bem as mãos com algum sabonete anti-bactericida (Protex)
- Lave a região do furo com o sabonete anti-bactericida.
- Aplique com a ajuda de um cotonete soro fisiológico, por dentro e por fora do nariz.
- Espirre o anti-séptico em um cotonete limpo e passe em volta do furo, por dentro e por fora.
Este processo, após 1 mês, deve ser feito 1x por dia, ou caso você sinta necessidade, volte as 3x por dia.
OBSERVAÇÃO
Este processo deve ser feito durante o processo básico de cicatrização (6 meses), e após isso, só limpar com cotonete e soro para evitar o mal cheiro comum nesse tipo de perfuração.

Em HIPÓTESE nenhuma você deve usar os seguintes produtos:

- Álcool (qualquer um) > o uso deste produto pode causar queimaduras quando houver
exposição ao sol ou calor.
- Methiolate, Povedine e afins > estes tipos de anti-sépticos contém propriedades que
podem ocasionar alergias e dificultar a cicatrização.
- Diprogenta > essa pomada é ANTI-INFLAMATÓRIA, logo ela só deve ser usada em
casos extremos, ou seja: quando dá a famosa bolinha. Não use durante o processo de
cicatrização.

Demais cuidados:
- SEM banho de mar, piscina ou rio por no mínimo 2 meses. O piercing está aberto e se torna uma porta de entrada para bactérias.

- SEM sol por 2 meses também, porque este pode prejudicar a cicatrização devido a sensibilidade da área durante este período.

Agora, se você não quer ficar sem chocolate, sem carne de porco, sem fumar, sem beber, sem entrar na piscina ..., melhor não furar. Todo cuidado é necessário para uma boa cicatrização! E não se esqueça: o deslize de hoje, se reflete daqui alguns dias ou meses.

Pericondrite por piercing



A pericondrite é uma infecção que envolve o pericôndrio do pavilhão auricular. Desencadeada pelo piercing (quando o mesmo é feito de uma liga de baixa qualidade), é secundária a uma reação alérgica ao níquel. O diagnóstico é essencialmente clínico, porém a realização de cultura e antibiograma é fundamental. Os patógenos freqüentemente envolvidos são germes Gram negativos. As pericondrites são infecções de evolução lenta localizadas na cartilagem auricular e resultam em lacerações, contusões, cirurgias ou outras afecções.

A pericondrite do pavilhão auricular induzida pelo piercing vem se constituindo em uma afecção freqüente principalmente entre os jovens.

Os primeiros sinais e sintomas surgem dias a semanas após a colocação do piercing. Os pacientes apresentam dor intensa, eritema, edema e endurecimento.
O agente etiológico mais encontrado na pericondrite por piercing é a Pseudomonas aeruginosa e a sua inoculação decorre da exposição do pericôndrio e das cartilagens do pavilhão, durante ou após o procedimento. Outras bactérias podem também estar associadas, principalmente o Staphylococcus aureus.

As principais complicações são: dermatite de contato e reação de hipersensibilidade ao níquel.

O tratamento consiste em drenagem cirúrgica, antibioticoterapia e antiinflamatório sistêmico.

COMENTÁRIOS FINAIS

A utilização do piercing está relacionada a sérias complicações, principalmente em locais de baixo suprimento vascular (cartilagem auricular). Em nossa experiência e na literatura, o material envolvido na reação de sensibilização é o níquel. O tratamento é baseado na antibioticoterapia oral e endovenosa nos casos não responsivos a terapêutica oral. A drenagem cirúrgica é imperiosa na presença de abscesso pericondral. É importante que o otorrinolaringologista realize precocemente o diagnóstico e o tratamento efetivo a fim de minimizar as deformidades estéticas.

FONTE: http://www.scielo.br

Exemplos de Descaso com a Cicatrização


A inflamação da lingua pode ser ocasionada por falta de higiene, furação com jóia de baixa qualidade, não seguir as recomendações do Bodypiecer